Entrevista exclusiva com Antônio Barbosa, diretor-presidente da ABC71
No último dia 06, a ABC71 completou 40 anos de atividades. Nesta entrevista, o executivo que trabalha há 39 anos na empresa nos conta um pouco da história da instituição, do ERP Omega e o que vem pela frente.
Perspectiva – Quando e como a ABC71 foi fundada?
Antonio Barbosa – A ABC71 foi fundada em 1971 por Frank van Swaay, holandês, economista radicado no Brasil desde 1951, e Lambert Berend van der Scheer, conhecido como Bart, engenheiro matemático com doutorado em computação, também holandês, e que veio ao Brasil em 1968. Por motivos de saúde, Bart se afastou da empresa em 1976, retornando à Holanda e Frank permanece no Brasil
No início, a ABC71 era um bureau de processamento de dados e serviços e até 1976 desenvolvia sistemas sob medida para clientes, utilizando mainframes da Burroughs, atual Unisys. Para se ter idéia, naquele tempo, esse primeiro mainframe tinha apenas 120K de memória.
Oficialmente, o primeiro contrato social da ABC71 foi assinado no dia 06 de fevereiro de 1971.
Perspectiva – Quais foram os principais momentos da atuação da empresa nesses 40 anos?
Barbosa – Se fôssemos traçar uma linha do tempo, há vários momentos bastante significativos na história da ABC71. Primeiramente na década de 70, tivemos a locação do primeiro mainframe, como havia mencionado, em 1971, na qual um operador ia até onde estava localizado o equipamento para poder manejá-lo; em 1976, devido ao aumento de nossos serviços, a ABC71 contratou um pequeno mainframe (B700) para atender nossa demanda. Nessa época, ainda utilizávamos os cartões perfurados.
No final da década de 70, início de 80, contratamos um mainframe que permitia conexões. Como não havia internet, podemos pensar que esta conexão seria os primórdios do que seja a tecnologia ASP. A ABC71 era responsável por hospedar os dados dos clientes e o contratante possuía apenas o terminal e a impressora.
A Holambra S/A, por exemplo, nossa cliente localizada na cidade de Holambra , tinha a conexão telefônica para conseguir utilizar os serviços de processamento de dados e armazenamento da ABC71. Os custos de upgrade na área de tecnologia, naquele momento, também eram muito altos. Para se ter idéia, nós pagamos cerca de US$ 500 mil para realizar um upgrade de disco de 1.2 GB para 4.2 GB. Nosso segundo mainframe tinha apenas 1MB. Se pensarmos que, hoje, pode-se comprar um HD externo de 1TB por R$ 300,00, muito se avançou em termos de infra-estrutura. Porém, é importante salientar que nós rodávamos um banco de dados em apenas 1.2GB e, posteriormente, em 4.2GB.
Esta fase se estendeu até 1991. A partir de então, foi uma fase marcada por grandes projetos “turn key” englobando desenvolvimento, operação e gestão de TI para clientes. Entre estes, podemos destacar a Brosol (auto-peças), IOB (publicações e cursos de legislação) e a OESP (gráfica do grupo ´O Estado de São Paulo’). Este último, inclusive, contratou-nos para a confecção de listas telefônicas, exigindo da equipe da ABC71 serviços de comercialização de anúncios, a elaboração e geração de fitas magnéticas para a editoração e o planejamento e distribuição das listas.
Também é importante ressaltar que a versão inicial do sistema de gestão ERP Omega, conhecido naquela época como Software Empresarial ABC71 foi posta no mercado em 1991, sendo mantido o mainframe até 1994, em paralelo.
Durante toda a década de 90, a ABC71 investiu maciçamente em evolução tecnologia de infra-estrutura e software. Este é um dos motivos que explica o fato da empresa contar com clientes fiéis desde a época do mainframe e das primeiras versões das redes de micro.
Em outubro de 2002, o software da ABC71 passou a se chamar solução de gestão empresarial ERP Omega. Na ocasião, a empresa também lançou a primeira aplicação na internet. Tratava-se do módulo e-business, totalmente integrado aos demais módulos do Omega.
No segundo semestre de 2005, Frank van Swaay, por meio de um MBO (management buyout) viabiliza a transferência da gestão da empresa, fazendo com que a direção seja ocupada pelos funcionários mais antigos e que ocupavam funções estratégicas. Frank, a partir desse momento, passou a fazer parte do Conselho da ABC71.
Em dezembro de 2007, a ABC71 adquire a DLC Infoquality Ltda, empresa de tecnologia focada em soluções de inspeção de qualidade e metrologia. A aquisição confere à empresa uma carteira com mais 200 clientes na área, o que possibilita um aumento significativo de mercado.
E, por fim, após dois anos da compra da DLC, a ABC71 decide investir na expansão de suas atividades por meio da abertura de uma filial em Bauru, cidade próspera em mão de obra qualificada e em localização estratégica. Em 2009, por conta da obrigatoriedade da NF-e e dos SPEDs, a ABC71 consegue um crescimento em torno de 38%, possibilitando que novos departamentos e atuações possam ser viabilizadas.
Eu, que estou na empresa desde 1972, percebo um contínuo progresso desde o momento da fundação da ABC71 e é isso que me move desde aquela época.
Perspectiva – Como foi exposto, a ABC71 passou por muitas mudanças na última década. Nesse sentido, quais foram as principais em relação à estratégia empresarial da empresa?
Barbosa – Como comentei a partir do MBO, a ABC71 passou por um momento de grande reestruturação. Criamos novas áreas como a Central de Oportunidades, Área de Canais e a de Educação a Distância. As áreas da consultoria, hot line e desenvolvimento também foram expandidas. Criamos novas interfaces de comunicação com nossos clientes e nossa imagem para o público externo também cresceu. Ou seja, alinhamos nossa estratégia à nossa comunicação com todos os nossos públicos, assim como expandimos nossos serviços com foco no aumento na demanda e crescimento sustentável da empresa. Isso possibilitou que aumentássemos nosso poder de atuação e crescêssemos, principalmente, no segmento industrial, nosso carro-chefe.
Perspectiva – Para este ano, quais são os desafios e perspectivas?
Barbosa – Em 2010, conquistamos muitos novos clientes e avançamos na consolidação do Programa de Canais. Essa rede foi treinada e continua sob intenso aprimoramento para atender cada vez melhor os nossos clientes. Além disso, a nossa área de gestão de relacionamento tem apresentado novas possibilidades de atuação dentro de nossa carteira e isso significa que precisamos estar prontos para atender esta demanda. Diante disso, para este ano, a ABC71 acredita que há muito trabalho pela frente e que só com uma equipe bem afinada é que conseguirá atender toda a demanda que esperamos. Para 2011, prevemos um crescimento em torno de 35% como foi o ano passado e, sendo assim, é preciso que todos nós estejamos capacitados a trabalhar firmemente pelos nossos objetivos. A ABC71 tem experiência, gana e pessoas motivadas para isso!
Fonte: http://www.abc71.com.br
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